29.11.10

telhados


já não há telhados assim

as telhas de canudo
moldadas nas coxas doridas,
as lágrimas de chuva
ritmadas como o relógio do tempo,

as andorinhas
filhos pródigos de todos os anos,

as ervas
de raízes ao sol, à chuva e ao vento,
as sombras
de nostalgia ampliada...

... gosto do ocre, gosto de telhados assim.

                                                                                                          
 (fotografia de octávio oliveira)

1 comentário:

Margarida disse...

Também gosto de telhados assim!
Trazem-me à memória outros tempos e outros lugares, saudade!