Houve eleições para o “Parlapié Europeu”, que é assim
como que o prémio de consolação para alguns políticos frustados, cansados ou
que passaram ao lado duma grande carreira e, como tal, ficam do lado duma boa
carteira.
Em Portugal, dos 10 milhões de habitantes e, ao que dizem, mais
de 9 milhões de eleitores, apenas votaram 3 milhões de pessoas. Pouco mais de
30%.
O PS e o PSD/CDS, terão tido, em conjunto, 60% dos votos dos
eleitores que votaram, ou seja, apenas 20% de todos os que o poderiam fazer.
Dizendo doutro modo, dois em cada três eleitores não votaram
e apenas, dois em cada dez portugueses votaram nos chamados “partidos do arco
da governação” (PS, PSD/CDS).
Vamos ser claros, temos sido (des)governados, alternadamente,
por uma minoria dominante e não por uma maioria qualificada como nos querem
fazer crer.
A maioria, essa sim, é a dos portugueses que, entre o que se
lhes oferece, pode não saber o que quer, mas, decididamente, não quer o que já
sabe de cor.
É o rotativismo do século XXI. Tal como o do século XIX, na
sequência da revolução liberal e da regeneração, a que se seguiu a agonia da
monarquia, o regabofe da 1ª república, e uma ditadura, supostamente para pôr a
casa em ordem, mas que, afinal, deu no que deu.
Desta vez, este rotativismo parece ter os dias contados e as
próximas legislativas prometem.
É tempo do xadrez político ser jogado com outras peças. Sem
torres, bispos ou cavalos, mas, sobretudo, sem reis nem rainhas vassalos da
Prússia.
Agora sim, é tempo dos peões assumirem o xeque-mate!
Adelino Pires |
Alfarrabista, 26 Maio 2014
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