18.8.14

Um, dois, três, foi a conta que BES fez...

Antes de mais, como agora se diz, uma declaração de interesses: não tenho dinheiro no BES. Aliás, não tenho dinheiro.

Acho que mesmo que se o tivesse, não o teria no BES. 
Não me perguntem porquê, mas talvez porque não me tenham convidado para a campanha publicitária, eu que nada fico a dever à D. Inércia. Aliás, quem me conhece, sabe bem que quase nunca saio do mesmo sítio, a inércia tomou conta de mim, ali para os lados do centro histórico.

Apesar de tudo, confesso algum fascínio pelos “Espírito Santo”. Eles foram, deixaram de ser e voltaram a sê-lo. Poucos se poderiam orgulhar de tanto. Aquela pose, aquele toque, aquele savoir-faire, não é para todos. Apenas para alguns eleitos, não os dos votos, mas para alguns devotos do grupo.

Não só por isso, mas também por isso, oh Ricardo, não havia necessidade. Deixaste que o “espírito-santo de orelha” se propagasse, que o Ricciardi se zangasse e tu, mantendo a postura e a compostura, não fizeste como o Juan Carlos que abdicou, antes que dele abdicassem.

E ainda por cima, agora puseram um Bento no Espírito Santo. Oh, homem, não achas milagre a mais?

Sabes o que te digo, eu cá no teu lugar, pirava-me daqui. Talvez para o Brasil, que aquilo por lá, entretidos como eles andam, nem davam pela tua chegada. E sempre tinhas uma vida mais tranquila, a tratar do gado, com outro tipo de acções e menos obrigações.

E com a idade que tens, mesmo que precises de mais uns trocos, deixa-te de histórias e escreve as memórias.

Por mim chamava-lhes “Um, dois, três, foi a conta que o BES fez” ou, se preferires, “Ricardo, coração de leão”. 
Desde que continues a pagar as quotas em Alvalade.



          adelino pires | alfarrabista, 14 Julho 2014

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